sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A carta - Luiz Gonzaga (Sanfona do povo - 1964)

Na carta perfumada que deixaste sobre a mesa
Veio a certeza de tua traição
Minhas lágrimas caíam teimosas
Sobre as folhas cor-de-rosa escritas por tua mão

Partiste mas minha alma seguirá teus passos
Onde estiveres, eu estarei contigo
Hás de guardar uma saudade minha
Tua lembrança ficará comigo

Falado:
Não penses mais em mim
Seria inútil, pois nunca te amei
O que houve entre nós dois foi apenas fantasia
Nosso passado terminou como termina
Todas as ilusões
Doravante seguiremos caminhos diferentes
Não me procures, seria uma desilusão a mais.

E esta palavra, no fim da carta
Manchada pelo pranto meu
Esta palavra que me tortura é adeus.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Nessa solidão - Edson Duarte (Pau de sebo - vol. XV - 1981)

 Acendi a fogueira pisei na brasa e não me queimei
Fiz tanta promessa, furei a bananeira e meu amor não vem
Oh meu São João que mal lhe fiz pra viver assim
Nessa solidão sem amor no coração o que será de mim
É lenha é fogo é brasa é cinza no chão
É balão subindo e eu na solidão.