Eita pedaços de coisas
Eita fim de tempestade
Eita restos de nós mesmos
Eita começa a saudade
Ora foram-se as chuvas
Que eu agora estou sozinho
E o fim desse verão
É o fim do meu caminho
É um perseguindo o outro
Já no curso da estrada
Ficou o corpo na cama
Resta a imagem guardada
E o filho desejado
Foi a promessa de vida
E toda dor que restou
É da imagem perdida
Mais agora é só o bronze
De uma lembrança sofrida
Ficou a cobra na mão
E uma estatua esquecida
Eu já deixei de ser eu
Uma flor murcha na mão
E com o cravo na alma
Sou um fantasma sem chão
Sempre o mesmo mistério
É o fim do meu caminho
Já sem pranto em sem culpa
Eu fico apenas sozinho
Eita pedaços de coisas
Eita fim de tempestade
Eita restos de nós mesmos
Eita começa a saudade
"Há muita gente cantando forró à força, mas anda dizendo que dá força pro forró". (Biliu de Campina)
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Fim de verão - Ary Lobo (Fim de verão - 1973)
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
Coco em Bayeux - Os Filhos do Norte (Mamulengo na praça - 1979)
Em Cabedelo tem coco
Em Tambaú tem dendê
Socorro está me chamando
Pra dançar coco em Bayeux
Viriado aperte o zabumba
E diga ao seu Zumba que venha pra cá
Vem que a noite está enluarada
E a mulherada começou chegar
Marilu avise a Pirrita
Que hoje na bica também tem forro
E se ela não quer ir pra lá
Venha pra cá que o coco é melhor
Quero ver todo mundo no coco
Fazendo a poeira levantar do chão
Umbigando com muita alegria
Porque hoje é dia do Sr. São João.
Bahia com B maiúsculo - Trio Nordestino (O troféu é nosso - 1966)
Ai Bahia, Bahia quem me dera eu lá
Pra me deitar na areia da praia da Amaralina
Pra vê aquelas meninas tomando banho de mar
Bahia tu não me sai da memória
Teu nome tá na historia, e ninguém pode esquecer
Terra querida do saudoso Rui Barbosa
Baiano que foi criado com azeite de dendê
Com B Maiúsculo é que se pode escrever
B a Ba h, i, a, pra você compreender
Que a Bahia é mais Bahia botando ponto no i
Pode ser lá ou aqui, sou baiano pode crer.
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
Puxa o folé Zé - Broto do Rojão (Abraço ao meu povo - 1975)
Puxa o fole Zé
Não deixe o baile parar
Puxa o fole Zé
Paguei pra você tocar
Puxa o fole Zé
Não deixe o baile parar
Puxa o fole Zé
Paguei pra você tocar
A noite inteira quero vê animação
Quero vê o sanfoneiro castigando esse baião
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Papelão do Ludugero - Osvaldo Oliveira (Eterna lembrança do norte - 1961)
Que papelão que o Ludugero fez comigo
Eu também fiz um papelão com Ludugero
Eu fui sambar na Trizidela na casa do seu Tibero
Tava dançando com Helena quando gritou Ludugero
Tu vai procurar outro par sujeito enxerido
Porque com Helena eu não quero
Agora veja, isto no meio do povo
Eu fiquei apertadinho que nem um pinto no ovo
Mais era feio eu correr na frente da moça
Bati prevendo que o sujeito Ludugero
Estou cantando e ele está no cemitério
Helena é linda pra danar, é a rainha da beleza
Dançava comigo por delicadeza
Vejam só, que o rival de Ludugero é o Armando
Mais eu fui quem caiu no xilindró na Trizidela
To vendo o sol nascer quadrado
E Armando se casou com ela.
terça-feira, 2 de abril de 2024
Amor coado - Trio Juazeiro (No balanço da fogueira - 1983)
Eu nunca vi tanto amor
Nos olhos dessa mulher
Ela me olha sorrindo
Só pra dizer que me quer
Está sempre de gatilho armado
Inventando mil posições
Pra me atirar seus carinhos
Pra me matar de paixão
Eu fico acesso e fogoso
Que nem o sol do sertão
A gente se abraça, se beija, se bole
Escorrega da rede e cai no chão
O nosso amor queima lenha
Que nem caldeira de trem
Ela me acha gostoso
E eu gosto dela também
Pois esse amor acuado
Não é qualquer bugiganga
É desses que dá suadeira e quentura
E deixa magrinho de perna bamba.
sexta-feira, 15 de março de 2024
Nos cabelos de Maria - Coroné Narcizinho (Hora Sertaneja - 1970)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Minha Maria é mulher de arisia
É marcha do comboio
É rojão de todo dia
Vou no mato a caçar
Matei uma cutia
Da cabeça dessa lebra
Comi quatorze dia
Comi lebre, vendi lebra
Dei lebra a quem queria
Mas um quarto dessa lebra
Mandei pro Maranhão
Comi lebra, vendi lebra
E botei lebra pelo chão
Um quarto dessa lebra
Mandei pra minha vó
Comi lebra, vendi lebra
Fiquei que era lebra só
Dona Maria me diz qual é melhor
Teresina, Piauí então Campo Maior?
Se eu me escapo tu se cria
Nunca me escapo dum ichó
Levo o sereno da noite
Cada vez canto mió
Pai e mãe é muito bom
Barriga cheia é melhor
Tando com a minha cheia
Tô com pai, mãe e vó
Parente tudo junto
Meus irimão ao redor
Dois bicudos não se beijam
Dois bocas fundas pior
E carcundo num se abaixa
Pro-via-do-caracó
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Farinha pouca, meu pirão primeiro - Manoel Serafim (Hoje tem forró - 1986)
Farinha pouca, meu pirão primeiro
Pimenta de cheiro, feijão se acabou
Pegaram a garrafa, derramaram tudo
Peixada pronta, ninguém almoçou
Eu gosto da piramutaba
E também do surubim
Mais se a raia for da pintada meu bem
Não faça pirão pra mim
Capriche bem no tempero
Vá comprar o que vender
Bote o meu pirão primeiro
Dessa eu não posso perder.
Falado: Alô Bebel, vamos pro nordeste minha filha.