Isso é que um nordestino musico, mesmo músico migrante, tem dentro de si, dor, saudade, doçura e, às vezes, humilhação de ter que sair da sua terra que ele ama e que sempre espera um dia voltar e não consegue. E essa dor fez a grande musica nordestina, sem sombra de duvida
Forró Escrito
"Há muita gente cantando forró à força, mas anda dizendo que dá força pro forró". (Biliu de Campina)
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Fim de verão - Ary Lobo (Fim de verão - 1973)
Eita pedaços de coisas
Eita fim de tempestade
Eita restos de nós mesmos
Eita começa a saudade
Ora foram-se as chuvas
Que eu agora estou sozinho
E o fim desse verão
É o fim do meu caminho
É um perseguindo o outro
Já no curso da estrada
Ficou o corpo na cama
Resta a imagem guardada
E o filho desejado
Foi a promessa de vida
E toda dor que restou
É da imagem perdida
Mais agora é só o bronze
De uma lembrança sofrida
Ficou a cobra na mão
E uma estatua esquecida
Eu já deixei de ser eu
Uma flor murcha na mão
E com o cravo na alma
Sou um fantasma sem chão
Sempre o mesmo mistério
É o fim do meu caminho
Já sem pranto em sem culpa
Eu fico apenas sozinho
Eita pedaços de coisas
Eita fim de tempestade
Eita restos de nós mesmos
Eita começa a saudade
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
Coco em Bayeux - Os Filhos do Norte (Mamulengo na praça - 1979)
Em Cabedelo tem coco
Em Tambaú tem dendê
Socorro está me chamando
Pra dançar coco em Bayeux
Viriado aperte o zabumba
E diga ao seu Zumba que venha pra cá
Vem que a noite está enluarada
E a mulherada começou chegar
Marilu avise a Pirrita
Que hoje na bica também tem forro
E se ela não quer ir pra lá
Venha pra cá que o coco é melhor
Quero ver todo mundo no coco
Fazendo a poeira levantar do chão
Umbigando com muita alegria
Porque hoje é dia do Sr. São João.
Bahia com B maiúsculo - Trio Nordestino (O troféu é nosso - 1966)
Ai Bahia, Bahia quem me dera eu lá
Pra me deitar na areia da praia da Amaralina
Pra vê aquelas meninas tomando banho de mar
Bahia tu não me sai da memória
Teu nome tá na historia, e ninguém pode esquecer
Terra querida do saudoso Rui Barbosa
Baiano que foi criado com azeite de dendê
Com B Maiúsculo é que se pode escrever
B a Ba h, i, a, pra você compreender
Que a Bahia é mais Bahia botando ponto no i
Pode ser lá ou aqui, sou baiano pode crer.
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
Puxa o folé Zé - Broto do Rojão (Abraço ao meu povo - 1975)
Puxa o fole Zé
Não deixe o baile parar
Puxa o fole Zé
Paguei pra você tocar
Puxa o fole Zé
Não deixe o baile parar
Puxa o fole Zé
Paguei pra você tocar
A noite inteira quero vê animação
Quero vê o sanfoneiro castigando esse baião
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Papelão do Ludugero - Osvaldo Oliveira (Eterna lembrança do norte - 1961)
Que papelão que o Ludugero fez comigo
Eu também fiz um papelão com Ludugero
Eu fui sambar na Trizidela na casa do seu Tibero
Tava dançando com Helena quando gritou Ludugero
Tu vai procurar outro par sujeito enxerido
Porque com Helena eu não quero
Agora veja, isto no meio do povo
Eu fiquei apertadinho que nem um pinto no ovo
Mais era feio eu correr na frente da moça
Bati prevendo que o sujeito Ludugero
Estou cantando e ele está no cemitério
Helena é linda pra danar, é a rainha da beleza
Dançava comigo por delicadeza
Vejam só, que o rival de Ludugero é o Armando
Mais eu fui quem caiu no xilindró na Trizidela
To vendo o sol nascer quadrado
E Armando se casou com ela.
terça-feira, 2 de abril de 2024
Amor coado - Trio Juazeiro (No balanço da fogueira - 1983)
Eu nunca vi tanto amor
Nos olhos dessa mulher
Ela me olha sorrindo
Só pra dizer que me quer
Está sempre de gatilho armado
Inventando mil posições
Pra me atirar seus carinhos
Pra me matar de paixão
Eu fico acesso e fogoso
Que nem o sol do sertão
A gente se abraça, se beija, se bole
Escorrega da rede e cai no chão
O nosso amor queima lenha
Que nem caldeira de trem
Ela me acha gostoso
E eu gosto dela também
Pois esse amor acuado
Não é qualquer bugiganga
É desses que dá suadeira e quentura
E deixa magrinho de perna bamba.
sexta-feira, 15 de março de 2024
Nos cabelos de Maria - Coroné Narcizinho (Hora Sertaneja - 1970)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Minha Maria é mulher de arisia
É marcha do comboio
É rojão de todo dia
Vou no mato a caçar
Matei uma cutia
Da cabeça dessa lebra
Comi quatorze dia
Comi lebre, vendi lebra
Dei lebra a quem queria
Mas um quarto dessa lebra
Mandei pro Maranhão
Comi lebra, vendi lebra
E botei lebra pelo chão
Um quarto dessa lebra
Mandei pra minha vó
Comi lebra, vendi lebra
Fiquei que era lebra só
Dona Maria me diz qual é melhor
Teresina, Piauí então Campo Maior?
Se eu me escapo tu se cria
Nunca me escapo dum ichó
Levo o sereno da noite
Cada vez canto mió
Pai e mãe é muito bom
Barriga cheia é melhor
Tando com a minha cheia
Tô com pai, mãe e vó
Parente tudo junto
Meus irimão ao redor
Dois bicudos não se beijam
Dois bocas fundas pior
E carcundo num se abaixa
Pro-via-do-caracó
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Farinha pouca, meu pirão primeiro - Manoel Serafim (Hoje tem forró - 1986)
Farinha pouca, meu pirão primeiro
Pimenta de cheiro, feijão se acabou
Pegaram a garrafa, derramaram tudo
Peixada pronta, ninguém almoçou
Eu gosto da piramutaba
E também do surubim
Mais se a raia for da pintada meu bem
Não faça pirão pra mim
Capriche bem no tempero
Vá comprar o que vender
Bote o meu pirão primeiro
Dessa eu não posso perder.
Falado: Alô Bebel, vamos pro nordeste minha filha.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
Era isso que eu queria - Antonio Jose (É isso que eu queria - 1974)
Eu já não posso mais
Eu vou voltar pra minha terra
Vou rever meu pé de serra
Eu quero viver em paz
Ai que saudade da Maria
O meu grande amor
Essa danada foi embora
Foi e me deixou
Agora eu vivo tão sozinho
Sem amor e sem carinho
Pois ela me abandonou
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
No batente de pau do casarão - Zeto do Pajeú
Bem sentado no chão por um pedreiro
Cada marca no corpo é um janeiro
Que lhe deixa por um lado assim pendente
Mesmo assim rijo, forte e resistente
Se escalda nos dias do sertão
E o passado lhe trás recordação
Dos trinados de esporas e dos chocalhos
Que fizeram com o tempo estes mil talhos
No batente de pau do casarão
No batente da casa da fazenda
Tropecei quando ainda era bem moço
Esperei mãe trazer o meu almoço
Vi Maria sentada fazer renda
Muita gente deixava encomenda
Um menino batia seu pinhão
Pra ficar bem macio em sua mão
Dava cortes profundos na madeira
Tem até um buraco de pingueira
No batente de pau do casarão
Eu conheço a história de um batente
Que por mais de cem anos foi pisado
Quando a casa caiu foi retirado
Pro uma sobra que havia assim na frente
E de assento servia a muita gente
Esperar com a família o caminhão
Quantos anos ficou ali no chão
Esperando no chão com paciência
Acho até que existe consciência
No batente de pau do casarão.
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Show do João Gonçalves ao vivo em Campina Grande (Youtube 1:49:51hs) - Edson Azevedo
Foi lá no sítio Pau ferro
Onde nasceu um menino
Bucho grande, cabeça chata do pescoço fino
Por meio de um parto forçado
Vizinho a casa de um primo
Seu Frederico tomou nos braços o buchudo
Espiou de riba à baixo
Calculou fez um estudo
Pra Maria Francisca do lado
Feliz e admirado, pra ela falou sorrindo:
Tá vendo que são roxas as coisas desse menino
A casa só tinha uma rede
Menino dormindo no chão
Ou numa cama de vara sem travesseiro ou colchão
Comendo feijão macassar, cuscuz e bofe com fruta pão
Ninguém se maresia
Nem tão pouco fazia uma só reclamação
Panelas e prato de barro
Debaixo da cama um pinico
Porta fechada e tramela, um gato chamado Lico
No fogo um pau de favela do lado um cabaço de bico
Era as coisas que tinha
Mas num tinha inveja de rico
De quem estou falando já vendeu coentro na feira
Não tem fama de suvino nem faz conta de besteira
É o rei do duplo sentido
Ainda forte e destemido
Que entre nós é conhecido como o homem do minhocão
Que sempre gostou de festa
Cabra ruim ele detesta
Quando embirra da a muléstia não aceita opinião
Seu sobrenome é Gonçalves
E o seu nome é João
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=19YSDZPlcLs&t=3305s
terça-feira, 29 de agosto de 2023
Sodade de Pernambuco - Manezinho Araújo (Cabeça Chata - 1956)
Ai sodade eu vou ficar maluco
Ai sodade me leva pra Pernambuco
Quando eu vim de lá do norte
Atrás de vida mió
As moças de Pernambuco
Choraram de fazer dó
Dizendo todas: Coitado!
O mané vai dormir só
São duas coisas no mundo
Que é obra do satanás
Que homi direito e bom
Lá no norte nunca faz
Andar com topete a teste
E paletó lascado atrás
terça-feira, 8 de agosto de 2023
Indecisão - Josere (Cantar de solidão - 1984)
Não sei parto chorando
Não sei se fico sorrindo
Não sei se levo saudade
Nem sei se me vou fingindo
Sem saber como vou
De qualquer jeito vou indo
Não sei se ela me quer
Não sei se está se fazendo
Não sei se já me esqueceu
Nem sei se está me querendo
Se eu tivesse a certeza
Não estaria sofrendo
Não sei se quem fica espera
Não sei se quem vai demora
Não sei se quem ama esquece
Se ri, se sente ou se chora
Só sei que quem tem amor
Sabe onde a saudade mora
Não sei se amor é mentira
Não sei se amor existe
Não sei se quem ama sofre
Nem sei se o peito resiste
Só sei que a indecisão
Me faz assim ser tão triste
sexta-feira, 26 de maio de 2023
Segura menino - Tororó do Rojão (Segura menino - 1981)
Segura menino o balanço do ganzá
E coco nordestino que eu vou apresentar
Coco da praia, catolé, coco dendê
Quero ver você dizer sem a língua bambear
Cuidado pra não errar
Improvisar é meu destino
Eu canto e também ensino
A quem não sabe cantar
Esse coco nasceu lá em Alagoas
Nunca vi terra tão boa, de gente legal
Você tem que visitar o alto do farol
A capital Maceió é o meu natural
A beleza da rua - Osvaldo Oliveira (Os melhores do Nordeste Vol.02 - 1970)
Ela é a beleza da rua
Ela é tão linda que parece a lua
É a beleza da rua
Ela é tão linda que parece a lua
Ela e dona da beleza, pode se julgar bonita
Manda em tudo que é meu, só ela mesmo quem grita
É minha vida, só ela mesmo quem grita
Que ela é dona da beleza e pode se julgar bonita
Ela não sai do meu pensamento
Nosso caso já está cheirando a casamento
Olha que ela é de cor morena
Olhos castanhos, tem um cabelo bom tamanho
E ela é minha pequena
Lá e cá - Os Filhos do Norte (Mamulengo na praça - 1979)
Eita que saudade que tenho da minha terra
Do meu pé de serra meu torrão meu Ceará
A pior coisa que eu fiz na minha vida
Foi deixar minha querida, velha terra meu lugar
É bom na sua terra companheiro
Pra se ganhar dinheiro, mas no meu lugar
A gente tem mais liberdade
E muito mais tranquilidade no meu Ceará
É lá que a gente fica a noite inteira
Numa brincadeira na ponta da rua
Tomando umas e outras para esquecer
O amor que foi embora, e contemplando a lua
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Se tu quiser - Trio Sabiá (Prá sacolejar candeeiro - 2004)
Se tu quiser
Eu invento um vento pra ventar o amor
Uma chuva bem chovida pra chover pé de fulô
Pra tu ficar cheirosa e vir dançar mais eu
Se tu quiser
Poemo um poema bem cheio de rima
Acendo a estrela mais bonita la de cima
Faço tudo que puder pra tu ficar mais eu
Se tu quiser
Eu crio um sentimento pra gente se amar
Descubro um jeito novo de te abraçar
Te beijo com um beijo que ninguém nunca beijou
Se tu quiser
Basta me dizer que eu irei correndo
É só me avisar que tu tá me querendo
E o mundo vai saber o que é um grande amor
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Viva meu padin - Luiz Gonzaga (Forró de cabo a rabo - 1986)
Olha lá no alto do Horto
Ele tá vivo
Padin não tá morto
Viva o meu padin
Viva o meu Padin' Ciço Romão
Viva o meu padin
Viva, também, Frei Damião
Eu, todos os anos
Setembro, novembro
Vou ao Juazeiro
Alegre e contente
Cantando na frente
Sou mais um romeiro
Vou ver meu padin
De bucho cheio
Ou barriga vazia
Ele é o meu pai
Ele é o meu santo
É minha alegria
Benito de Paula, você virou romeiro, meu irmão
Juazeiro lhe espera de braços abertos
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
Frase - Sivuca
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
Vida Boa - Assisão (Faz e diz - 1977)
Vamos aproveitar que a vida é boa
Não fique a toa, sem ter ninguém
Vamos aproveitar que o tempo voa
você precisa, de amar alguém
Deixe de viver triste pensando
Teve pé no desengano
E venha curtir também
Quem vive assim como você
Sei que precisa amar alguém
Se você deseja ter um bem
Largue a tristeza e venha dançar também
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
A carta - Luiz Gonzaga (Sanfona do povo - 1964)
Na carta perfumada que deixaste sobre a mesa
Veio a certeza de tua traição
Minhas lágrimas caíam teimosas
Sobre as folhas cor-de-rosa escritas por tua mão
Partiste mas minha alma seguirá teus passos
Onde estiveres, eu estarei contigo
Hás de guardar uma saudade minha
Tua lembrança ficará comigo
Falado:
Não penses mais em mim
Seria inútil, pois nunca te amei
O que houve entre nós dois foi apenas fantasia
Nosso passado terminou como termina
Todas as ilusões
Doravante seguiremos caminhos diferentes
Não me procures, seria uma desilusão a mais.
E esta palavra, no fim da carta
Manchada pelo pranto meu
Esta palavra que me tortura é adeus.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
Nessa solidão - Edson Duarte (Pau de sebo - vol. XV - 1981)
Acendi a fogueira pisei na brasa e não me queimei
Fiz tanta promessa, furei a bananeira e meu amor não vem
Oh meu São João que mal lhe fiz pra viver assim
Nessa solidão sem amor no coração o que será de mim
É lenha é fogo é brasa é cinza no chão
É balão subindo e eu na solidão.
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
Sanfona triste - Trio Nortista (Encontrei tu - 1971)
Sanfona deixa de tocar tão triste
Você é a minha dona
Se meu amor não existe
Sanfona ciumenta, arruaceira
Mas tão boa companheira
Para quem esta tão triste
Sanfona, falsidade eu não nego
Em você mesmo eu só pego
Quando estou na solidão
Assim mesmo você é minha animação.
terça-feira, 29 de junho de 2021
Minha Dita é desse jeito - Cachimbinho e Livardo Alves com seu Grupo Peneira (Com muito amor e pimenta - 1991)
Responde o coco macacada iôiô
Responde o coco macacada iáiá
Não tem dito e nem estrela nosso mundo é ilusão
É uns probres como Jó outros ricos de milhão
Se (não reconheço a palavra) pintou estrelas é pra uns e outros não
Ando procurando a Dita mas ela não me conhece
Quando chego perto dela a Dita desaparece
Quando eu desço a Dita sobe quando eu subo a Dita desce
Ando procurando ela mas ela não me convém
Se eu me bulo ela se bole quando eu não tenho ela tem
Quando eu não vou ela vai quando eu não volto ela vem
Ando procurando ela mas nada de eu encontrar
Quando eu quero ela não quer quando eu peço ela não dá
Quando eu não vou ela vai quando eu não tô ela tá
Minha Dita é diferente é uma das outras desiguais
Boto muito ela quer pouco se tem menos ela quer mais
Eu procuro ela na frente a danada tá atrás
Não tem dito e nem estrela isso já vem de além
Cadê que uma moça rica casa com pobre também
Ela só casa com rico que o rico também tem
Não tem dito e nem estrela assim eu vou avisar
A estrela que eu conheço é a do céu e do mar
Estrela igualmente a essa não teve, não tem, nem há
Não tem dito e nem estrela minha sorte é um mapinha
Jogo vaca dá cavalo jogo peru dá galinha
Minha estrela é atrapalhada o sorte ruim essa minha.
quinta-feira, 3 de junho de 2021
Ninguém é demais - Dominguinhos (Fim de festa - 1964)
Ninguém nesse mundo é demais
Ninguém vive só por querer
Então pra que condenar
Alguém que o destino não deu
O direito de ter um lar
Eu já tive o meu e perdi
Pensei ser feliz no amor
Mais veio um tufão de ciúmes
Meu mundo dourado se desmoronou
Ai de quem nesta vida sofreu
Os efeitos de um vendaval
Se não fosse alguém que preenche
Lacunas deixadas por um temporal.
terça-feira, 13 de abril de 2021
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Noites brasileiras - Luiz Gonzaga (Série Youtube)
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
Piedade - Alessandro Brito
Cai o fim de tarde
Tarde triste nordestina
Triste porque estou longe
Longe da minha menina
Esse céu que me ilumina
Ilumina sua cidade
Cidade do Recife
Recife da piedade
Pra matar essa saudade
Saudade que aperta o peito
Aperto o passo sigo a estrada
Estrada do teu leito.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
Até breve seu Vavá! - Alessandro Brito
Sua obra vai muito além da roupagem que a mídia vendeu, seu duplo sentindo nunca envergonhou, pois, só o entendia aquele que tivesse a malícia dentro de sí, sendo assim, seus shows poderiam ser assistidos por crianças, que iriam rir, não do duplo sentido, mas da sua irreverência. O mungagueiro, era irreverente dentro e fora dos palcos.
Poderia fazer uma lista gigante, de tanto que gosto de sua obra, mas vai aqui algumas sugestões:
O LP Mungangueiro pra daná (1970) ele lança a brasa "Lei do divórcio", dele e do Joca de Castro, um tema escandaloso pra época.
O LP Ralador de coco (1974) ele catuca a ferida com "Sertão em flor".
O LP Aqui tem catimberê (1975) tem "Tenente Bezerra" do gênio Gordurinha, uma tremenda brasa.
O LP Caldinho de mocotó (1985) com regência do Sivuquinha, "Tô te amando" dele e do Cecilio Nena, um música absurdamente "brega" com a cara do nordeste e com as partes faladas características do Seu Vavá, uma música pra grudar a cabrocha e dançar na "seducência".
Até breve seu Senador do Rojão!
P.S.: Nesses último tempos se foram:
Zé Calixto - 14/12/2020
Josa Vaqueiro do Sertão - 10/11/2020
Geraldo Correia - 13/09/2020
A pergunta que fica é: O que temos de renovação?
Sertão em flor - Genival Lacerda
Até breve Seu Vavá!
15/04/1931
07/01/2021
Também longe no passado
Bem pertim do coração
O meu gado e o meu roçado
Eu larguei lá no sertão
Sufri, sufri, quando a seca me aperrriou
Fugi, fugi e a saudade mais me castigou
Falado: Tem nada não, eu vou voltar, lá é que é bom!
Deus é grande eu vou voltando
Dizem que tudo mudou
Que os roçado tão brotando
E o sertão se transformou
Floriu, floriu, meu sertão está se abrindo em flor
Plantai, plantai que a colheita agora é paz e amor.
Falado: Eita Piancó!
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Trio Camaradas - Vitrola envenenada
E com o trio nordestino o baile vai começar
Eu danço Chap Chap pra me aquecer
Um gole de catuaba pra encorajar
Ao som de Antonio Barros é que eu esculacho
Conduzindo a forrozeira pego em cima piso embaixo
O Zito Borborema pra me derreter
E a chinela vai cantar até o dia amanhecer
Nesse forró eu vou me envenenar
No chiado da bolacha todo mundo vai dançar
É disco na vitrola pra poder fazer
Nossa cultura nordestina se fortalecer
De olho no relógio já são quase três
Vejo um cabra preparando um vinil da Marinês
Malandro vou chegando na beira da pista
Ah rainha do xaxado não há quem resista
Fito uma galega linda a bailar
Com um cabra engessado que mal sabe caminhar
Acaba aquele xote e eu entro em cena
Ela me diz estou cansada só mais tarde, não tem problema
A lua vai simbora já raiou o dia
Na pisada da sanfona de 8 baixos do Abdias
Vem o santo Zinho o rei do gogó
Arrisco um xote balançado com o Trio Mossoró
Já vai se assentando aquele poeirão
E o DJ anuncia a sua última sessão
Eu chamo a galega que me disse não
Danço "matuto aperreado" de Luiz rei do baião
terça-feira, 2 de junho de 2020
Sem orgulho e sem maldade - Zenilton (Cachaça também mata - 1978)
Morrendo sem aprender
Pensa que sabe tudo
Falta tudo pra saber
Quanto mais o tempo passa
Você tem o que aprender
Deixa de tanta maldade, irmão
Para irmão nós somos todos iguais
Só falta compreensão
Quem planta abacaxi
Não pode colher mamão
Sem orgulho e sem maldade
Vamos defender o pão
Quem trabalha Deus ajuda
Não viva de ilusão
O pensamento sadio
Alimenta o coração
Forró em Campina - Zito Borborema (Forrozão - 1973)
No forró da Zefa Tributina
Uma dona valente de Campina
Que no barulho tem disposição
Está noite chegou um valentão
Que vinha lá da banda das Areia
Óia o cabra já vinha de cara cheia
E entrou no forró sem permissão
Mas Zefa Tributina disse não
Cabra de sua laia aqui não dança
Ele então respondeu com uma dragança
Ou eu danço ou acabo com a festança
De repetente chegou o cabo Chico
Com todo seu destacamento
Que fazia o policiamento
Para manter a ordem no forró
O cabra pensava que estava só
De momento tornou-se um cordeiro
De repente veio o vento e apagou o candeeiro
No escuro ninguém se entendia
Foi pesada e grossa pancadaria
Nego que apanhou de fazer dó
E o cabra que fez toda arruaça
Foi curtir a cachaça no xilindró.
Falado: Menino a Zefa Tributina danou-se e disse: -Cabo Chico, pega esse cabra, dele umas lapicochada pra mostrar a ele que forró de mulher não se acaba com brincadeira.
Minha Campina Grande - Zito Borborema (Forrozão - 1973)
Levo muita saudade no meu coração
Levo saudade do banho de bodocongó
Do caldo de mocotó la na volta Zéliar
Levo saudade do bairro do Jeremias
Do forró da velha Antonia
Onde tinha nega boa pra gente sambar
Levo saudade da cana camaranhense
Aguardente feita de cana muito boa especial
Levo saudade do picado lá da feira
E também da gafieira lá do Guarani
Levo saudade do treze da borborema
Do cavaquinho de Duduta e do violão do Valdir.
É só saudade - Zito Borborema (Alegria da festa - 1978)
Quando o inverno chegou
Vi também tudo morrendo
Quando o riacho secou
Foi aí que disse adeus
Ao pedacinho de terra
Que ficou lá bem distante
Do sertão no pé de serra
E agora é só saudade
Que me invade o coração
Meu amor minha amizade
Ficou naquele sertão
Quem me dera saudade
Fosse embora de uma vez
Ou que fosse me deixando
Cada dia e cada mês
Juro por nossa senhora
Do sertão nunca esqueci
Mas seca me devora
Vou ficando por aqui
E agora é só saudade
Que me invade o coração
Meu amor minha amizade
Ficou naquele sertão
Sem teu amor - Zito Borborema (Os dois agarradinhos)
Sem ninguém pra me amar
Só encontro amor fingido
Para me fazer chorar
Já sofri mas não chorei
Mas nunca me esquecerei de quem não me soube amar
Viver sozinho nesse mundo é muito ruim
E sem amor a gente não pode viver
Viver assim sem teu amor eu vou morrer
Saudades de Recife - Zito Borborema (Os dois agarradinhos)
Da Veneza brasileira
Tenho saudade da ponte giratória
Mercado São José e praça da Independência
É lá que o frevo impera com cadência
Ah se eu tivesse no Alto da Boa Vista
Olhando as belezas que lá veneram
Vendo o Capibaribe
Mostrando suas águas atraente e bela
Ah se eu tivesse na praia do Rio Doce
Na praia de Olinda, Pina e Boa Viagem
Ah se eu tivesse também em Gaibú
Onde comi caju com cachaça de cabeça
E comi uma peixada feita no coco com pimenta malagueta
Coisas do Norte - Marinês (Coisas do norte - 1963)
Que tem nome diferente
Que se ouve todo dia
Da boca daquela gente
O cachorro mamegoso
Facassei ponta que sé
História antiga é trancoso
Sujeito feio é melé
Cigarro apagado é piaba
Carteira velha é bruaca
Cheiro de cana é mangaba
Suor concentrado é inhaca
Guarda chuva é parteira
Fumo fraco é boró
Menino bobo leseira
Jogo de dano é bozó
Bote novo é miusaia
Recado escrito é biete
Escorpião é lacraia
Sujeito chato é cacete
Todo fanho é bode rouco
Moça velha é puruca
Vela pequena é cotoco
Negócio feio arapuca
Carro velho é loré
Dança de folé é forró
Quem nada sabe é mané
Ficou tonto tá zoró
Meu fracasso - Jackson do Pandeiro (O dono do forró – 1971)
Fiquei sem a minha amada
A quem dei meu coração
O que me resta é a saudade no meu peito
Deste amor que foi desfeito
Sem ter motivo ou razão
E hoje não tenho mais alegria
Se vivo na boemia
Há um motivo pra isso
Se bebo é pra esquecer meu fracasso
E você no meu lugar
Também faria o que eu faço.