quinta-feira, 4 de abril de 2024

Papelão do Ludugero - Osvaldo Oliveira (Eterna lembrança do norte - 1961)

Que papelão que o Ludugero fez comigo
Eu também fiz um papelão com Ludugero

Eu fui sambar na Trizidela na casa do seu Tibero
Tava dançando com Helena quando gritou Ludugero
Tu vai procurar outro par sujeito enxerido
Porque com Helena eu não quero
Agora veja, isto no meio do povo
Eu fiquei apertadinho que nem um pinto no ovo
Mais era feio eu correr na frente da moça
Bati prevendo que o sujeito Ludugero
Estou cantando e ele está no cemitério

Helena é linda pra danar, é a rainha da beleza
Dançava comigo por delicadeza
Vejam só, que o rival de Ludugero é o Armando
Mais eu fui quem caiu no xilindró na Trizidela
To vendo o sol nascer quadrado
E Armando se casou com ela.


terça-feira, 2 de abril de 2024

Amor coado - Trio Juazeiro (No balanço da fogueira - 1983)

Eu nunca vi tanto amor
Nos olhos dessa mulher
Ela me olha sorrindo
Só pra dizer que me quer

Está sempre de gatilho armado
Inventando mil posições
Pra me atirar seus carinhos
Pra me matar de paixão
Eu fico acesso e fogoso
Que nem o sol do sertão
A gente se abraça, se beija, se bole
Escorrega da rede e cai no chão

O nosso amor queima lenha
Que nem caldeira de trem
Ela me acha gostoso
E eu gosto dela também
Pois esse amor acuado  
Não é qualquer bugiganga
É desses que dá suadeira e quentura
E deixa magrinho de perna bamba.

sexta-feira, 15 de março de 2024

Nos cabelos de Maria - Coroné Narcizinho (Hora Sertaneja - 1970)

Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)

Minha Maria é mulher de arisia
É marcha do comboio
É rojão de todo dia
Vou no mato a caçar
Matei uma cutia
Da cabeça dessa lebra
Comi quatorze dia

Comi lebre, vendi lebra
Dei lebra a quem queria
Mas um quarto dessa lebra
Mandei pro Maranhão

Comi lebra, vendi lebra
E botei lebra pelo chão
Um quarto dessa lebra
Mandei pra minha vó
Comi lebra, vendi lebra
Fiquei que era lebra só

Dona Maria me diz qual é melhor
Teresina, Piauí então Campo Maior?
Se eu me escapo tu se cria
Nunca me escapo dum ichó
Levo o sereno da noite
Cada vez canto mió
Pai e mãe é muito bom
Barriga cheia é melhor
Tando com a minha cheia
Tô com pai, mãe e vó
Parente tudo junto
Meus irimão ao redor
Dois bicudos não se beijam
Dois bocas fundas pior
E carcundo num se abaixa
Pro-via-do-caracó

Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)
Onde eu vou fazer balanço? (É nos cabelos de Maria)
Onde eu vou me balançar? (É nos cabelos de sinhá)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Farinha pouca, meu pirão primeiro - Manoel Serafim (Hoje tem forró - 1986)

Farinha pouca, meu pirão primeiro
Pimenta de cheiro, feijão se acabou
Pegaram a garrafa, derramaram tudo
Peixada pronta, ninguém almoçou

Eu gosto da piramutaba
E também do surubim
Mais se a raia for da pintada meu bem
Não faça pirão pra mim

Capriche bem no tempero
Vá comprar o que vender
Bote o meu pirão primeiro
Dessa eu não posso perder.

Falado: Alô Bebel, vamos pro nordeste minha filha.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Era isso que eu queria - Antonio Jose (É isso que eu queria - 1974)

Ai que saudade dela
Eu já não posso mais
Eu vou voltar pra minha terra
Vou rever meu pé de serra
Eu quero viver em paz
Ai que saudade da Maria
O meu grande amor
Essa danada foi embora
Foi e me deixou
Agora eu vivo tão sozinho
Sem amor e sem carinho
Pois ela me abandonou

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

No batente de pau do casarão - Zeto do Pajeú

De Braúna foi feito este batente
Bem sentado no chão por um pedreiro
Cada marca no corpo é um janeiro
Que lhe deixa por um lado assim pendente
Mesmo assim rijo, forte e resistente
Se escalda nos dias do sertão
E o passado lhe trás recordação
Dos trinados de esporas e dos chocalhos
Que fizeram com o tempo estes mil talhos
No batente de pau do casarão
No batente da casa da fazenda
Tropecei quando ainda era bem moço
Esperei mãe trazer o meu almoço
Vi Maria sentada fazer renda
Muita gente deixava encomenda
Um menino batia seu pinhão
Pra ficar bem macio em sua mão
Dava cortes profundos na madeira
Tem até um buraco de pingueira
No batente de pau do casarão
Eu conheço a história de um batente
Que por mais de cem anos foi pisado
Quando a casa caiu foi retirado
Pro uma sobra que havia assim na frente
E de assento servia a muita gente
Esperar com a família o caminhão
Quantos anos ficou ali no chão
Esperando no chão com paciência
Acho até que existe consciência
No batente de pau do casarão.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Show do João Gonçalves ao vivo em Campina Grande (Youtube 1:49:51hs) - Edson Azevedo

Foi lá no sítio Pau ferro
Onde nasceu um menino
Bucho grande, cabeça chata do pescoço fino
Por meio de um parto forçado
Vizinho a casa de um primo
Seu Frederico tomou nos braços o buchudo
Espiou de riba à baixo
Calculou fez um estudo
Pra Maria Francisca do lado
Feliz e admirado, pra ela falou sorrindo:
Tá vendo que são roxas as coisas desse menino
A casa só tinha uma rede
Menino dormindo no chão
Ou numa cama de vara sem travesseiro ou colchão
Comendo feijão macassar, cuscuz e bofe com fruta pão
Ninguém se maresia
Nem tão pouco fazia uma só reclamação
Panelas e prato de barro
Debaixo da cama um pinico
Porta fechada e tramela, um gato chamado Lico
No fogo um pau de favela do lado um cabaço de bico
Era as coisas que tinha
Mas num tinha inveja de rico
De quem estou falando já vendeu coentro na feira
Não tem fama de suvino nem faz conta de besteira
É o rei do duplo sentido
Ainda forte e destemido
Que entre nós é conhecido como o homem do minhocão
Que sempre gostou de festa
Cabra ruim ele detesta
Quando embirra da a muléstia não aceita opinião
Seu sobrenome é Gonçalves
E o seu nome é João

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=19YSDZPlcLs&t=3305s

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Sodade de Pernambuco - Manezinho Araújo (Cabeça Chata - 1956)

Ai sodade eu vou ficar maluco
Ai sodade me leva pra Pernambuco

Quando eu vim de lá do norte
Atrás de vida mió
As moças de Pernambuco
Choraram de fazer dó
Dizendo todas: Coitado!
O mané vai dormir só

São duas coisas no mundo
Que é obra do satanás
Que homi direito e bom
Lá no norte nunca faz
Andar com topete a teste
E paletó lascado atrás


terça-feira, 8 de agosto de 2023

Indecisão - Josere (Cantar de solidão - 1984)

Não sei parto chorando
Não sei se fico sorrindo
Não sei se levo saudade
Nem sei se me vou fingindo
Sem saber como vou
De qualquer jeito vou indo

Não sei se ela me quer
Não sei se está se fazendo
Não sei se já me esqueceu
Nem sei se está me querendo
Se eu tivesse a certeza
Não estaria sofrendo

Não sei se quem fica espera
Não sei se quem vai demora
Não sei se quem ama esquece
Se ri, se sente ou se chora
Só sei que quem tem amor
Sabe onde a saudade mora

Não sei se amor é mentira
Não sei se amor existe
Não sei se quem ama sofre
Nem sei se o peito resiste
Só sei que a indecisão
Me faz assim ser tão triste

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Segura menino - Tororó do Rojão (Segura menino - 1981)

Segura menino o balanço do ganzá
E coco nordestino que eu vou apresentar

Coco da praia, catolé, coco dendê
Quero ver você dizer sem a língua bambear
Cuidado pra não errar
Improvisar é meu destino
Eu canto e também ensino
A quem não sabe cantar

Esse coco nasceu lá em Alagoas
Nunca vi terra tão boa, de gente legal
Você tem que visitar o alto do farol
A capital Maceió é o meu natural

A beleza da rua - Osvaldo Oliveira (Os melhores do Nordeste Vol.02 - 1970)

Ela é a beleza da rua
Ela é tão linda que parece a lua
É a beleza da rua
Ela é tão linda que parece a lua

Ela e dona da beleza, pode se julgar bonita
Manda em tudo que é meu, só ela mesmo quem grita
É minha vida, só ela mesmo quem grita
Que ela é dona da beleza e pode se julgar bonita

Ela não sai do meu pensamento
Nosso caso já está cheirando a casamento
Olha que ela é de cor morena
Olhos castanhos, tem um cabelo bom tamanho
E ela é minha pequena

Lá e cá - Os Filhos do Norte (Mamulengo na praça - 1979)

Eita que saudade que tenho da minha terra
Do meu pé de serra meu torrão meu Ceará
A pior coisa que eu fiz na minha vida
Foi deixar minha querida, velha terra meu lugar

É bom na sua terra companheiro
Pra se ganhar dinheiro, mas no meu lugar
A gente tem mais liberdade
E muito mais tranquilidade no meu Ceará

É lá que a gente fica a noite inteira
Numa brincadeira na ponta da rua
Tomando umas e outras para esquecer
O amor que foi embora, e contemplando a lua

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Se tu quiser - Trio Sabiá (Prá sacolejar candeeiro - 2004)

Se tu quiser
Eu invento um vento pra ventar o amor
Uma chuva bem chovida pra chover pé de fulô
Pra tu ficar cheirosa e vir dançar mais eu


Se tu quiser
Poemo um poema bem cheio de rima
Acendo a estrela mais bonita la de cima
Faço tudo que puder pra tu ficar mais eu


Se tu quiser
Eu crio um sentimento pra gente se amar
Descubro um jeito novo de te abraçar
Te beijo com um beijo que ninguém nunca beijou


Se tu quiser
Basta me dizer que eu irei correndo
É só me avisar que tu tá me querendo
E o mundo vai saber o que é um grande amor

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Viva meu padin - Luiz Gonzaga (Forró de cabo a rabo - 1986)

Olha lá no alto do Horto
Ele tá vivo
Padin não tá morto

Viva o meu padin
Viva o meu Padin' Ciço Romão

Viva o meu padin
Viva, também, Frei Damião

Eu, todos os anos
Setembro, novembro
Vou ao Juazeiro
Alegre e contente
Cantando na frente
Sou mais um romeiro

Vou ver meu padin
De bucho cheio
Ou barriga vazia
Ele é o meu pai
Ele é o meu santo
É minha alegria

Benito de Paula, você virou romeiro, meu irmão
Juazeiro lhe espera de braços abertos


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Frase - Sivuca

 A sanfona é meu primeiro instrumento porque nós temos a missão de trazermos a sanfona, a qualidade de instrumento sinfônico, como outro qualquer, acabar com essa história de que sanfona é só instrumento do mato, é (também), mas, é um instrumento riquíssimo. Um instrumento que tem tudo que você quiser harmonicamente, você encontra na sanfona. Então a sanfona tem que ter representantes que tragam o instrumento à tona com toda a sua riqueza. E é nossa missão, tratar bem a quem nos trata bem que no caso é a sanfona. 


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Vida Boa - Assisão (Faz e diz - 1977)

Vamos aproveitar que a vida é boa
Não fique a toa, sem ter ninguém
Vamos aproveitar que o tempo voa
você precisa, de amar alguém

Deixe de viver triste pensando
Teve pé no desengano
E venha curtir também

Quem vive assim como você
Sei que precisa amar alguém
Se você deseja ter um bem
Largue a tristeza e venha dançar também

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A carta - Luiz Gonzaga (Sanfona do povo - 1964)

Na carta perfumada que deixaste sobre a mesa
Veio a certeza de tua traição
Minhas lágrimas caíam teimosas
Sobre as folhas cor-de-rosa escritas por tua mão

Partiste mas minha alma seguirá teus passos
Onde estiveres, eu estarei contigo
Hás de guardar uma saudade minha
Tua lembrança ficará comigo

Falado:
Não penses mais em mim
Seria inútil, pois nunca te amei
O que houve entre nós dois foi apenas fantasia
Nosso passado terminou como termina
Todas as ilusões
Doravante seguiremos caminhos diferentes
Não me procures, seria uma desilusão a mais.

E esta palavra, no fim da carta
Manchada pelo pranto meu
Esta palavra que me tortura é adeus.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Nessa solidão - Edson Duarte (Pau de sebo - vol. XV - 1981)

 Acendi a fogueira pisei na brasa e não me queimei
Fiz tanta promessa, furei a bananeira e meu amor não vem
Oh meu São João que mal lhe fiz pra viver assim
Nessa solidão sem amor no coração o que será de mim
É lenha é fogo é brasa é cinza no chão
É balão subindo e eu na solidão.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Sanfona triste - Trio Nortista (Encontrei tu - 1971)

Sanfona deixa de tocar tão triste
Você é a minha dona
Se meu amor não existe

Sanfona ciumenta, arruaceira
Mas tão boa companheira
Para quem esta tão triste

Sanfona, falsidade eu não nego
Em você mesmo eu só pego
Quando estou na solidão

Assim mesmo você é minha animação.

terça-feira, 29 de junho de 2021

Minha Dita é desse jeito - Cachimbinho e Livardo Alves com seu Grupo Peneira (Com muito amor e pimenta - 1991)

Responde o coco macacada iôiô
Responde o coco macacada iáiá

Não tem dito e nem estrela nosso mundo é ilusão
É uns probres como Jó outros ricos de milhão
Se (não reconheço a palavra) pintou estrelas é pra uns e outros não

Ando procurando a Dita mas ela não me conhece
Quando chego perto dela a Dita desaparece
Quando eu desço a Dita sobe quando eu subo a Dita desce

Ando procurando ela mas ela não me convém
Se eu me bulo ela se bole quando eu não tenho ela tem
Quando eu não vou ela vai quando eu não volto ela vem

Ando procurando ela mas nada de eu encontrar
Quando eu quero ela não quer quando eu peço ela não dá
Quando eu não vou ela vai quando eu não tô ela tá

Minha Dita é diferente é uma das outras desiguais
Boto muito ela quer pouco se tem menos ela quer mais
Eu procuro ela na frente a danada tá atrás

Não tem dito e nem estrela isso já vem de além
Cadê que uma moça rica casa com pobre também
Ela só casa com rico que o rico também tem

Não tem dito e nem estrela assim eu vou avisar
A estrela que eu conheço é a do céu e do mar
Estrela igualmente a essa não teve, não tem, nem há

Não tem dito e nem estrela minha sorte é um mapinha
Jogo vaca dá cavalo jogo peru dá galinha
Minha estrela é atrapalhada o sorte ruim essa minha.








quinta-feira, 3 de junho de 2021

Ninguém é demais - Dominguinhos (Fim de festa - 1964)

Ninguém nesse mundo é demais
Ninguém vive só por querer
Então pra que condenar
Alguém que o destino não deu
O direito de ter um lar

Eu já tive o meu e perdi
Pensei ser feliz no amor
Mais veio um tufão de ciúmes
Meu mundo dourado se desmoronou

Ai de quem nesta vida sofreu
Os efeitos de um vendaval
Se não fosse alguém que preenche
Lacunas deixadas por um temporal.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Noites brasileiras - Luiz Gonzaga (Série Youtube)

Noites brasileiras (Zé Dantas/ Luiz Gonzaga)
LP - Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zé Dantas (1959)

Ai que saudades que eu sinto
Das noites de São João
Das noites tão brasileiras nas fogueiras
Sob o luar do sertão
Das noites tão brasileiras nas fogueiras
Sob o luar do sertão
Meninos brincando de roda
Velhos soltando balão
Moços em volta à fogueira
Brincando com o coração
Eita, São João dos meus sonhos
Eita, saudoso sertão, ai, ai.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Piedade - Alessandro Brito

Cai o fim de tarde
Tarde triste nordestina
Triste porque estou longe
Longe da minha menina

Esse céu que me ilumina
Ilumina sua cidade
Cidade do Recife
Recife da piedade

Pra matar essa saudade
Saudade que aperta o peito
Aperto o passo sigo a estrada
Estrada do teu leito.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Até breve seu Vavá! - Alessandro Brito

 Sua obra vai muito além da roupagem que a mídia vendeu, seu duplo sentindo nunca envergonhou, pois, só o entendia aquele que tivesse a malícia dentro de sí, sendo assim, seus shows poderiam ser assistidos por crianças, que iriam rir, não do duplo sentido, mas da sua irreverência. O mungagueiro, era irreverente dentro e fora dos palcos. 

Poderia fazer uma lista gigante, de tanto que gosto de sua obra, mas vai aqui algumas sugestões:

O LP Mungangueiro pra daná (1970) ele lança a brasa "Lei do divórcio", dele e do Joca de Castro, um tema escandaloso pra época.
O LP Ralador de coco (1974) ele catuca a ferida com "Sertão em flor".
O LP Aqui tem catimberê (1975) tem "Tenente Bezerra" do gênio Gordurinha, uma tremenda brasa.
O LP Caldinho de mocotó (1985) com regência do Sivuquinha, "Tô te amando" dele e do Cecilio Nena, um música absurdamente "brega" com a cara do nordeste e com as partes faladas características do Seu Vavá, uma música pra grudar a cabrocha e dançar na "seducência".

Até breve seu Senador do Rojão!

P.S.: Nesses último tempos se foram:
Zé Calixto - 14/12/2020
Josa Vaqueiro do Sertão - 10/11/2020
Geraldo Correia - 13/09/2020

A pergunta que fica é: O que temos de renovação?

Sertão em flor - Genival Lacerda

Até breve Seu Vavá!
15/04/1931
07/01/2021

Também longe no passado
Bem pertim do coração
O meu gado e o meu roçado
Eu larguei lá no sertão

Sufri, sufri, quando a seca me aperrriou
Fugi, fugi e a saudade mais me castigou

Falado: Tem nada não, eu vou voltar, lá é que é bom!

Deus é grande eu vou voltando
Dizem que tudo mudou
Que os roçado tão brotando
E o sertão se transformou

Floriu, floriu, meu sertão está se abrindo em flor
Plantai, plantai que a colheita agora é paz e amor.

Falado: Eita Piancó!

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Trio Camaradas - Vitrola envenenada

Com o forró veneno vamos balançar
E com o trio nordestino o baile vai começar
Eu danço Chap Chap pra me aquecer
Um gole de catuaba pra encorajar
Ao som de Antonio Barros é que eu esculacho
Conduzindo a forrozeira pego em cima piso embaixo
O Zito Borborema pra me derreter
E a chinela vai cantar até o dia amanhecer

Nesse forró eu vou me envenenar
No chiado da bolacha todo mundo vai dançar
É disco na vitrola pra poder fazer
Nossa cultura nordestina se fortalecer

De olho no relógio já são quase três
Vejo um cabra preparando um vinil da Marinês
Malandro vou chegando na beira da pista
Ah rainha do xaxado não há quem resista
Fito uma galega linda a bailar
Com um cabra engessado que mal sabe caminhar
Acaba aquele xote e eu entro em cena
Ela me diz estou cansada só mais tarde, não tem problema

A lua vai  simbora já raiou o dia
Na pisada da sanfona de 8 baixos do Abdias
Vem o santo Zinho o rei do gogó
Arrisco um xote balançado com o Trio Mossoró
Já vai se assentando aquele poeirão
E o DJ anuncia a sua última sessão
Eu chamo a galega que me disse não
Danço "matuto aperreado" de Luiz rei do baião



terça-feira, 2 de junho de 2020

Sem orgulho e sem maldade - Zenilton (Cachaça também mata - 1978)

Nascendo e Vivendo
Morrendo sem aprender
Pensa que sabe tudo
Falta tudo pra saber

Quanto mais o tempo passa
Você tem o que aprender

Deixa de tanta maldade, irmão
Para irmão nós somos todos iguais
Só falta compreensão

Quem planta abacaxi
Não pode colher mamão

Sem orgulho e sem maldade
Vamos defender o pão
Quem trabalha Deus ajuda
Não viva de ilusão
O pensamento sadio
Alimenta o coração

Forró em Campina - Zito Borborema (Forrozão - 1973)

A festança estava uma beleza
No forró da Zefa Tributina
Uma dona valente de Campina
Que no barulho tem disposição
Está noite chegou um valentão
Que vinha lá da banda das Areia
Óia o cabra já vinha de cara cheia
E entrou no forró sem permissão
Mas Zefa Tributina disse não
Cabra de sua laia aqui não dança
Ele então respondeu com uma dragança
Ou eu danço ou acabo com a festança
De repetente chegou o cabo Chico
Com todo seu destacamento
Que fazia o policiamento
Para manter a ordem no forró
O cabra pensava que estava só
De momento tornou-se um cordeiro
De repente veio o vento e apagou o candeeiro
No escuro ninguém se entendia
Foi pesada e grossa pancadaria
Nego que apanhou de fazer dó
E o cabra que fez toda arruaça
Foi curtir a cachaça no xilindró.

Falado: Menino a Zefa Tributina danou-se e disse: -Cabo Chico, pega esse cabra, dele umas lapicochada pra mostrar a ele que forró de mulher não se acaba com brincadeira.

Minha Campina Grande - Zito Borborema (Forrozão - 1973)

Eu vou deixar minha Campina Grande
Levo muita saudade no meu coração
Levo saudade do banho de bodocongó
Do caldo de mocotó la na volta Zéliar
Levo saudade do bairro do Jeremias
Do forró da velha Antonia
Onde tinha nega boa pra gente sambar
Levo saudade da cana camaranhense
Aguardente feita de cana muito boa especial
Levo saudade do picado lá da feira
E também da gafieira lá do Guarani
Levo saudade do treze da borborema
Do cavaquinho de Duduta e do violão do Valdir.

É só saudade - Zito Borborema (Alegria da festa - 1978)

Vi o riacho correndo
Quando o inverno chegou
Vi também tudo morrendo
Quando o riacho secou
Foi aí que disse adeus
Ao pedacinho de terra
Que ficou lá bem distante
Do sertão no pé de serra
E agora é só saudade
Que me invade o coração
Meu amor minha amizade
Ficou naquele sertão

Quem me dera saudade
Fosse embora de uma vez
Ou que fosse me deixando
Cada dia e cada mês
Juro por nossa senhora
Do sertão nunca esqueci
Mas seca me devora
Vou ficando por aqui
E agora é só saudade
Que me invade o coração
Meu amor minha amizade
Ficou naquele sertão

Sem teu amor - Zito Borborema (Os dois agarradinhos)

Vivo sozinho no mundo
Sem ninguém pra me amar
Só encontro amor fingido
Para me fazer chorar
Já sofri mas não chorei
Mas nunca me esquecerei de quem não me soube amar

Viver sozinho nesse mundo é muito ruim
E sem amor a gente não pode viver
Viver assim sem teu amor eu vou morrer

Saudades de Recife - Zito Borborema (Os dois agarradinhos)

Tenho saudade lá do meu Recife
Da Veneza brasileira

Tenho saudade da ponte giratória
Mercado São José e praça da Independência
É lá que o frevo impera com cadência
Ah se eu tivesse no Alto da Boa Vista
Olhando as belezas que lá veneram
Vendo o Capibaribe
Mostrando suas águas atraente e bela
Ah se eu tivesse na praia do Rio Doce
Na praia de Olinda, Pina e Boa Viagem
Ah se eu tivesse também em Gaibú
Onde comi caju com cachaça de cabeça
E comi uma peixada feita no coco com pimenta malagueta

Coisas do Norte - Marinês (Coisas do norte - 1963)

No norte tem muita coisa
Que tem nome diferente
Que se ouve todo dia
Da boca daquela gente

O cachorro mamegoso
Facassei ponta que sé
História  antiga é trancoso
Sujeito feio é melé
Cigarro apagado é piaba
Carteira velha é bruaca
Cheiro de cana é mangaba
Suor concentrado é inhaca

Guarda chuva é parteira
Fumo fraco é boró
Menino bobo leseira
Jogo de dano é bozó
Bote novo é miusaia
Recado escrito é biete
Escorpião é lacraia
Sujeito chato é cacete

Todo fanho é bode rouco
Moça velha é puruca
Vela pequena é cotoco
Negócio feio arapuca
Carro velho é loré
Dança de folé é forró
Quem nada sabe é mané
 Ficou tonto tá zoró






Meu fracasso - Jackson do Pandeiro (O dono do forró – 1971)

Perdi aquela rosa perfumada
Fiquei sem a minha amada
A quem dei meu coração
O que me resta é a saudade no meu peito
Deste amor que foi desfeito
Sem ter motivo ou razão

E hoje não tenho mais alegria
Se vivo na boemia
Há um motivo pra isso

Se bebo é pra esquecer meu fracasso
E você no meu lugar
Também faria o que eu faço.

A saudade dói - Ary Lobo (Ary Lobo - Coletânea)

Se Deus quiser vou voltar pra minha terra
A saudade fez meu peito se machucar

Eu escrevi pra mamãe
Dizendo como é que eu vou
Gozando muita saúde
Vivendo em paz no amor
Mais a saudade que dói
Chegou no meu coração
Chegou e falou mais alto
Eu aqui não fico não

Se Deus quiser vou voltar pra minha terra
A saudade fez meu peito se machucar

Eu vou deixar meu adeus
Pra essa gente querida
Que sempre me acolheu
E tanto faz de guarita
Mais a saudade que arrasa
Veio tirar minha paz
Fazendo eu voltar pra casa
Com uma mão na frente e a outra atrás.

Corrida da vida - Messias Holanda (A Volta do Forrozeiro - 1995)

Para que ter egoísmo
Sentir-se orgulhoso com tudo que tem
Se a vaidade te ilude
Mas sem a saúde não somos ninguém
Para que tanto dinheiro
Se o mais certeiro o futuro é a morte
Se um é pobre outro é rico
Não fique oprimido pois esse é a sorte
Mas no livro do justo
O ricaço e o mendigo são todos iguais
Na corrida da vida
Quem larga na frente é quem chega atrás
Hoje estou sofrendo
O martírio que a própria vida me conduz
Mas feliz o cristão
Que na terra carrega um pouquinho da cruz.


quarta-feira, 22 de abril de 2020

Onde você for eu vou - João Gonçalves (Bicho macho - 1979)

Vão me criticar por isso,
Mas só vou se ela for
Ela é meu compromisso
Ela é o meu amor

Plact, cuplaco, na garupa do cavalo,
Monte a espora e se prepare pro embalo

Bote meu bem na garupa
Onde tem forró eu vou
Mas se alguém paquerar ela
Trigui para o tocador

Eu vou na sela e ela vai atrás
Segura em mim, não tem medo de cair
Como é gostoso cavalgar lá na fazenda
Na garupa uma morena e um forró pra gente ouvir.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Retrato da vida - Dominguinhos

Esse matagal sem fim
Essa estrada, esse rio seco
Essa dor que mora em mim
Não descansa e nem dorme cedo
O retrato da minha vida
É amar em segredo
Não quer saber de mim
E eu vivendo da tua vida
Deus no céu e você aqui
A esperança é quem me abriga
Esses campos não tardam em florir
Já se espera uma boa colheita
E tudo parece seguir
Fazendo a vida tão direita
Mas e você o que faz
Que não repara no chão
Por onde tem que passar
E pisa em meu coração?
O teu beijo em meu destino
Era tudo o que eu queria
Ser teu homem, teu menino
O ser amado de todo dia.

Tenho sede - Dominguinhos (Domingo Menino Dominguinhos - 1976)

Traga-me um copo d'água, tenho sede
E essa sede pode me matar
Minha garganta pede um pouco d'água
E os meus olhos pedem teu olhar

A planta pede chuva quando quer brotar
O céu logo escurece quando vai chover
Meu coração só pede o teu amor
Se não me deres, posso até morrer.