terça-feira, 18 de junho de 2019

Terra, vida e esperança - Luiz Gonzaga (Danado de Bom - 1984)

Estou no cansaço da vida
Estou no descanso da fé
Estou em guerra com a fome
Na mesa, fio e mulher
Ser sertanejo, senhor
É fazer do fraco forte
Carregar azar ou sorte
Comparar vida com morte
É nascer nesse sertão
A batalha está acabando
Já vejo relampear
Abro o curral da miséria
E deixo a fome passar
O que eu sinto, meu senhor
Não me queixo de ninguém
O que falta aqui é chuva
Mas eu sei que um dia vem
Vai ter tudo de fartura
Prá quem teve hoje que não tem

Saudade do Gonzagão - Pinto do Acordeon (20 anos de estrada - 2006)

Aquele pé de serra chora de recordação
A asa branca resiste no galho cantando triste a falta do Gonzagão
É eterno o seu reinado para o povo com amor
E onde foi sepultado para sempre ser lembrado vai brotar um pé de flor

Ai que saudade de você Gonzaga
Peço a Deus mais uma vez que traga
De volta a sanfona branca, chapéu de couro e gibão
O filho de Januário, Luiz o rei do baião
De volta a sanfona branca, chapéu de couro e gibão
O filho de Januário, menestrel do sertão

Falado: É isso ai Gonzagão, chegou mais um São João e a gente tá com muita saudade de você velho amigo.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Pode morrer nessa janela - Dominguinhos (Apôs tá certo – 1979)

Por mim pode morrer nessa janela nem
Que nem te ligo, que nem te ligo
E agora que arranjei outra mais bela
Tô de mau contigo, tô de mau contigo
Tu vais aprender
Como é bom chorar
Como é bom fazer
Um coração se machucar
Tanto mal que me fizeste
Tanto bem que só te fiz
Te perdi a paciência
Viva em paz que eu sou feliz.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Chinelo de Rosinha - Trio Nordestino (Os Rouxinhos da Bahia - 1978)

Dizem que Rosinha gosta muito de dançar
Não pode ver um forró que ela logo quer entrar
Achei interessante não deixei de reparar
A sola do chinelo dela que é danado pra chiar

É o chinelo, é o chinelo dela
É o chinelo, é o chinelo dela
É o chinelo, é o chinelo dela
A sola do chinelo dela que é danado pra chiar

Já de madrugada quase no fim do forró
Todo mundo já cansado Rosinha dançava só
O povo admirado formava aquela rodinha
Só falava no chiado do chinelo de Rosinha

Lamento Sertanejo - Dominguinhos (Tudo azul - 1973)

Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga e do roçado
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado

Por ser de lá
Na certa, por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão, boiada caminhando a esmo.

Desejo louco - Assisão (Sabor de forró - 1979)

Tenho desejo de pegar na tua mão
de beijar tua boquinha,
de sentir seu coração bater

E apertando e abraçando teu corpinho
lhe dizendo bem baixinho:
sem você eu não sei viver

Será que esse sonho realiza
ou se morro de vontade
que isso venha acontecer

Venha logo, chegue logo, ande logo
adiante seu relógio
estou doidinho pra lhe ver

Dalila, Dalila, Dalila
Estou doidinho pra lhe ver

Dalila, Dalila, Dalila
Estou doidinho por você

Beijo agonizante - Assisão (Cigarra de verão - 1982)

Queria entralhar teus cabelos
Num beijo agonizante
Num olhar envolvente e sincero
Num abraço bem forte e constante
Fez o meu corpo tremer de
emoção
Tua voz tremular com a dor
Dois minutos calar no prazer
E depois lhe dizer amor
Ai amor, ai amor
Só carente de ti como a ave do ninho
Como tanto preciso orvalho na flor.

Na represa do querer - Trio Forrózão (Na batida da zabumba - 2000)

Minha vida inteira desabando
E você me torturando
Sufocando o meu viver
Eu me lamentando dessa mágoa
Como um rio que deságua
Na represa do querer
O tempo carregando a nossa história
Nossa vida, nossa glória
Nesse eterno padecer
Quem suportaria tanta queixa
Numa hora em que se deixa
Vegetar pra não sofrer
Não quero duvidar da minha sina
Se Deus é quem decide o que fazer
Deixa eu consultar meu coração
Pra ver se ainda gosto de você.

Moinho d´água - Trio Nordestino (Dia de festejo - 1982)

Ôôôôô!!!

Foi lá moinho d'agua
que eu conheci a morena
de quem eu me enamorei

Tirurirurá-a-tirurirurá...

Hoje, quando eu conto a minha mágoa
Ela nem sequer se lembra
De que por ela chorei

Mas o tempo foi passando
Ela nem apercebeu
A velhice foi chegando
Matando o orgulho teu
Moinho d'agua rodando
Lembrando o que aconteceu

Tirurirurá-a-tirurirurá...

Fornalha - Gordurinha (Um espetáculo - 1963)

A minha dor é tão grande
Não dá pra cantar num baião
Quem não acredita, eu já sei
Que não sabe o que é Sertão

Se eu pudesse fechar a comporta do meu peito
Não havia um açude maior que o meu coração
Que cachoeira, que queda d'água
O meu pranto nasce da mágoa
E despeja nas águas do mar da ilusão


Eu não creio que o céu tá vazio
E Deus não escute
Minha prece rezada com fome, joelho no chão
O sol é quente, a dor espalha
E a terra é agora fornalha
Onde o ódio trabalha plantando aflição.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Carne e alma - Rogaciano Leite

Senhores críticos, basta
Deixai-me passar sem pejo
Que um trovador sertanejo, vem seu pinho dedilhar
Eu sou da terra onde as almas são todas de cantadores
Sou do Pajeú das Flores, tenho razão pra cantar
Não sou um Manoel Bandeira, Drummond nem Jorge de Lima
Não espereis obra-prima desse matuto plebeu
Eles cantam suas praias, palácios de porcelana
Eu canto a roça, a cabana, canto o sertão que é meu.

Glossário:
Pejo- pudor, vergonha
Pajéu das Flores - cidade Flores-PE

Avoante - Mastruz com Leite (Em todo canto do Mundo tem cearense - 1996)

Quando o riacho vira caminho de pedra
E avoante vai embora procurar verde no chão
A terra seca fica só e num silêncio
Que mal comparando eu penso: tá igual meu coração
Que nem a chuva, você veio na invernada
Perfumando a minha casa e alegrando meu viver
Mas quando o sol bebeu açude inté secar
Quem poderia imaginar que levaria inté você


Só resisti porque nasci num pé-de-serra
E quem vem da minha terra resistência é profissão
Que nordestino é madeira de dar em doido
Que a vida enverga e não consegue quebrar não
Sobrevivi e tô aqui contando a estória
Com aquela mesma viola que te fez apaixonar

Tua saudade deu um mote delicado
Que ajuda a juntar o gado toda vez que eu aboiar

Ê ê ê boi......
Ê, ê ê saudade...

Só resisti porque nasci num pé-de-serra
E quem vem da minha terra resistência é profissão
Que o nordestino é madeira de dar em doido
Que a vida enverga e não consegue quebrar não
Sobrevivi e tô aqui contando a estória
Com aquela mesma viola que te fez apaixonar

Tua saudade deu um mote delicado
Que ajuda a juntar o gado toda vez que eu aboiar

Ê ê ê boi......
Ê, ê ê saudade...

Carece de explicação - Dominguinhos (Conterrâneos - 2006)

Na pressa que tava
Não pude esperar
Eu vivo seguindo pra outro lugar
Aonde a tristeza não saiba que fui
E a felicidade vá lá
Me pegue de novo no colo
Me faça de novo menino
Não deixe que eu morra de medo
Não deixe que eu durma sozinho
Chega um tempo na vida
Em que a gente presta atenção
Vê que nem tudo no mundo
Carece de explicação
Sendo assim sou mais forte
Vendo assim sou mais eu
E vou vivendo apesar
Do amor que você não me deu.

sábado, 8 de junho de 2019

Bença mãe - Dominguinhos (Conterrâneos - 2006)

De manhã muito cedin
Vi meu mano levantar
Acender o candeeiro
Começou a se arrumar
Me dizendo bem baixinho
Mano eu vou viajar
Tu toma conta de mãe
Diz pra ela não chorar

E lá da curva da estrada
Eu vi meu mano acenar
Adeus mano, adeus mano ai ai
Adeus mano, a benção mãe ai ai

Virgem Maria mãe do senhor
Tudo morreu, tudo murchou
Peço pra Deus
Paz no sertão
Traz meu irmão
Acaba esse horror

Não quero ouvir nunca mais,
O mano outra vez gritar
Adeus mano, adeus mano ai ai
Adeus mano, a benção mãe ai ai

Minha ilusão - Dominguinhos (Domingo Menino Dominguinhos - 1976)

Minha ilusão já terminou
Pois o meu cabelo embranqueceu
O que era lindo, para mim
Hoje é singelo
Só a esperança não morreu
Eu não sou culpado dessa idade avançada
A velhice foi presente que a vida me deu
Até os meus amores que eram muitos acabaram
E os elogios das mulheres se esgotaram
Só a minha mãe não me apaga de sua lembrança
Diz que eu fiquei velho mas continuo criança
A realidade já tomou conta de mim
Pra que chorar se essa vida é mesmo assim.

No dia em que eu vim me embora - Dominguinhos (Oi, lá vou eu - 1977)

No dia em que eu vim-me embora
Minha mãe chorava em ai
Minha irmã chorava em ui
E eu nem olhava pra trás
No dia que eu vim-me embora
Não teve nada de mais
Mala de couro forrada
Com pano forte brim caqui
Minha vó já quase morta
Minha mãe até a porta
Minha irmã até a rua
E até o porto meu pai
O qual não disse palavra
Durante todo o caminho
E quando eu me vi sozinho
Vi que não entendia nada
Nem de pro que eu ia indo
Nem dos sonhos que eu sonhava
Sabia apenas que a mala
De couro que eu carregava
Embora estando forrada
Fedia, cheirava mal
Afora isto ia indo, atravessando, seguindo
Nem chorando nem sorrindo
Sozinho pra Capital
Nem chorando nem sorrindo
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital.

Desilisuão - Dominguinhos (Oi, lá vou eu - 1977)

Já faz 3 dias que eu não não durmo
Pensando no meu grande amor
Saiu sozinho e sem falar nada
Era madrugada não despertou
Não disse porque ia embora
E nem também o que eu fiz
Saiu calado pela noite a fora
E meu peito agora não é mais feliz

Levou toda minha alegria
Felicidade foi também
E depois dessa não vou mais amar
E nem vou aceitar o amor de mais ninguém
Agora é que eu vim saber
Como é ruim a gente amar
A quem não ama a gente também
A gente querer bem pra depois separar.

De amor morrerei - Dominguinhos (Compacto - 1974)

Nos acordes da sanfona
Vou tentando esquecer
Pois quem eu amo está tão longe
E eu não sei quando vou ver
Foi embora pra bem longe
E não deixou nem um adeus
E meus olhos sempre choram
Ao lembrar dos olhos teus
Mesmo estando tão distante
Tenho perto em pensamento
Por amar tanto assim
A minha vida é um tormento
Vou chorando minhas mágoas
Até quando eu não sei
Se é verdade que o amor mata
Ai, de amor eu morrerei.

Lamento de Saudade - Trio Mossoró (Praça dos Seresteiros - 1974)

Estou tão triste faz um ano
Que foi embora o meu amor
Partiu pra sempre e eu fiquei chorando
E só saudade foi o que deixou

Se ele soubesse como estou sofrendo
E como é grande o meu penar
Ele voltava pra perto de mim
Logo eu parava de chorar

Eu vou seguindo pela vida
Comigo vai a solidão
Quem dera pra mim voltasse
Quem roubou meu coração

A esperança já morreu
Por isso eu não tenho paz
Sinto que vou morrer também
Se meu amor não voltar mais.

Esse não me mata -Trio Mossoró (Praça dos Seresteiros - 1974)

Quero teu amor do jeito que ele foi
Do jeito que ele é, do jeito que será
Eu quero lhe amar
Pelo amor de Deus
Não me digas não porque

Esse não me mata
Esse não me mata
Esse não vai me matar

Teu amor foi um sonho que eu tive
Um sonho que não pode acordar
Teu amor é aquilo que vive
E sempre viverá

Não me digas não, não me digas não
Nem é bom falar porque

Esse não me mata
Esse não me mata
Esse não vai me matar

Hoje não saudade - Trio Mossoró (Forró do mexe mexe - 1977)

Hoje não, saudade
Se afaste do meu caminho
Você me machucou saudade
Porque me encontrou sozinha

Você está sempre no lugar de alguém
Que não quis mais continuar a ficar
Mas acontece que ele voltou pra mim
Você saudade então perdeu seu lugar

Me perdoe, saudade
Não me queira mal
Se eu morrer, saudade
Vai ser de amar, amar, amar, amar.

Amei a toa - Luiz Gonzaga (Sanfoneiro macho - 1985)

Amar é coisa boa
Só nunca foi pra mim
Ai, como amei à toa
Ai, como foi ruim
Se hoje vivo a esmo
Sem ter a quem amar
Culpado sou eu mesmo
Por não saber amar.

Tô te amando neném - Genival Lacerda – (Caldinho de mocotó 1985)

Confesso, menina
Quero viver ao teu lado
Ganhar pra sempre esse corpo, esse rosto rosado
Me diga tudo que é preciso pra ser seu primeiro amor
Mas não demore, pois eu estou apaixonado

Tô te amando
Tô te amando
Sempre querendo esse amor e você suvinando
Tô te amando
Tô, tô te amando
Vivo sofrendo e a paixão cada dia aumentando

Diga que me quer
Alegre meu coração
E os meus olhos que sempre te acham bonita
Esse teu jeito de senhora que me deixa tremendo de amor
Me causa desejo esse lábio vermelho color

Lei do Divórcio - Genival Lacerda (Mungangueiro pra daná - 1970)

Chega que eu não quero mais escutar sua voz
Deixa, deixa que Deus saberá julgar o que houve entre nós
Só assim vamos por fim as brigas por coisas banais
O que houve entre nós o passado escreveu
Num simples adeus e nada mais
Façamos de conta que nada entre nós existiu
Eu finjo que não te conheço e você também diga que nunca me viu
Fica combinado assim assinamos um contrato que é bom negócio
É para o mundo saber que entre eu e você houve a lei do divorcio

Paraiba Apaixonado - Genival Lacerda

Era um nordestino loucamente apaixonado
Ficou incendiado por uma carioquinha
E um certo dia ele pegou seu oito baixo
E tocou para ela a paixão que sentia.
Ela então sorriu e o amor surgiu
No calor da sua boca
Ele aí sentiu que o seu coração
Aí então dormiu de touca.
Moça a mais de uma semana
Que o coração reclama de tanta solidão
Moça estou em pé de guerra
Volta pra sua terra demoliu meu coração.
Tá que tá, tá pra despencar
Tá pra disparar
Dor atrevida tá que tá
Não dá pra suportar
Você tem que voltar na Paraíba.

Quizera eu - Genival Lacerda

Quizera eu não ter saudade de você pra não sofrer
Quizera eu jamais sentir a sua ausência e lhe esquecer
E por saber o quanto eu lhe quero tanto é que você
Você não vem, você não vem, me socorrer

Se cai a noite outro dia amanhece
Choro por ver tanta gente pois você não aparece
Se eu morrer aqui agora ou amanhã
Será porque não resisti sentir saudade de você.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Frase - Alessandro Brito

O duplo sentido é quando você pode ouvir a música ao lado de uma criança e não se sentir constrangido, ou seja, as músicas escrotas de hoje, que dizem ser as mesmas, dessa época áurea, não falam de duplo sentido, elas são pornografia exposta.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Santana (O cantador SÓ DE XOTE) - Brás Costa

O Poeta Antônio Pereira uma dia aconselhou:

Quem quiser plantar saudade,
Escalde bem a semente
E plante na terra seca
Em dia de sol bem quente,
Pois se plantar no molhado,
Ela nasce e mata a gente..

Vivendo lá longe nas europas, com um cadinho de saudade do seu sertão que quer tanto bem, o Padroeta Brás Costa, respondeu do jeito que se dá:

Ao poeta Antonio Pereira

Caro poeta, confesso, não segui corretamente
O seu poético conselho e não plantei a semente
Ao invés de escaldá-la
Eu preferi não plantá-la
Pensando que a evitasse
Mas para surpresa minha
Na cova do amor qu'eu tinha
Um pé de saudade nasce...

É, meu poeta, a saudade nasce sem ninguém plantar
E quanto a sua semente, é mesmo inútil escaldar
Mesmo que escalde a semente
Que a plante em terreno quente
E que não chova um sereno
Como pé de carrapicho
Ela faz esse capricho
Nasce e alastra o terreno.

Mas, obrigado poeta, pelo conselho no verso
Não se ofenda se eu sigo um caminho diverso
Vou plantá-la num baixo
Perto das margens dum rio
Onde a terra é irrigada
Já que eu não posso com ela
Vou assim vivendo dela
Pra morrer dessa danada.

sábado, 1 de junho de 2019

Chuva pedida - Marinalva (Tardes nordestionas - 1978)

Meu povo pediu pra chover
Mais a chuva pedida aqui não chegou
O gado tá todo morrendo
Tá tudo sofrendo, meu Deus que horror
Mandacaru já virou pó
Nordestino sofre e chora, seu moço
Chega a fazer dó

Essa gente precisa ter
Saúde e educação
Falta água, não vem chuva
Pra vingar a plantação
Tem tanto caboclo rezando
Olhando o céu sem chover
E não vem um pingo d'água
Pra molhar o meu sofrer
Eita que seca malvada
Racha a alma na terra até
Mais enquanto a chuva não chega
Nordestino morre de fé

Tardes nordestinas - Marinalva (Tardes nordestinas - 1978)

Tarde quente nordestina
Faz lembrar meu grande amor
Faz lembrar as caminhadas
Que eu andei no teu calor
Faz me dar tantas saudades
Dos bons tempos que passou
Faz doer meu coração
E faz arder meu pensamento
Faz me dar tanta emoção
Tanta tristeza em um momento
Faz doer dentro de mim
Viver assim já não aguento
Faz lembrar meu juazeiro
Meu pé de jacarandá
Faz lembrar meu mulungu
Aonde eu ia descansar
Faz lembrar da oiticica
Onde cantava o sabiá
Hoje eu sinto tua falta o saudosa agrestina
Quando eu vivi sonhando
Com o amor de uma menina
Tudo isso se passava em tarde quente nordestina.